De acordo com os cientistas, isto pode dever-se ao efeito do tetrahidrocanabinol – que aumenta o ritmo cardíaco. Além disso, num trabalho anterior, os autores descobriram que, depois de fumarem marijuana, os participantes corriam mais devagar: demoravam mais 31 segundos a percorrer uma milha (1,6 quilómetros). Isto traduz-se numa diminuição do ritmo de corrida de cerca de 19 segundos por quilómetro – uma quantidade significativa.
“A nossa investigação mostra claramente que a canábis não melhora o desempenho atlético”, sublinhou a professora de psicologia e neurociência Angela Bryan.
Acrescentou ainda que os canabinóides da canábis afectam os mesmos receptores que os endocanabinóides, que o cérebro humano produz naturalmente e utiliza como neurotransmissores. Por conseguinte, após o consumo de marijuana, os corredores podem sentir o “efeito” de um treino mais curto ou melhorá-lo durante um treino mais longo.
No entanto, Angela Bryan não deve esquecer os riscos: a marijuana pode causar tonturas e perda de equilíbrio, o que não é seguro durante a corrida.
“O consumo de cannabis antes do exercício pode aumentar as sensações subjectivas positivas e negativas do exercício. São necessários estudos adicionais, incluindo estudos controlados por placebo, para generalizar as conclusões sobre este assunto”, concluíram os autores.